Um estudo realizado pela Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Patos, diagnosticou a presença do vírus da raiva em raposas que habitam a região do semiárido da Paraíba. A pesquisa, conduzida pela mestranda Maria Rodrigues da Silva e coordenada pelo professor Alberio Antônio de Barros Gomes, do grupo de pesquisas de Doenças Transmissíveis, foi divulgada na edição deste mês da revista Brazilian Journal of Microbiology.
O periódico, publicado trimestralmente pela Sociedade Brasileira de Microbiologia, se destina à publicação de trabalhos de pesquisa originais, notas breves e, ocasionalmente, revisões, envolvendo todos os aspectos da microbiologia e tem uma política muito severa de avaliação dos trabalhos divulgados.
O trabalho contou ainda com a participação de Fabiano da Silva Lima, Sérgio Santos de Azevedo, Clebert José Alves, da UFCG; Fernanda Bernardi, do Centro de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses de Ibiúna (SP), e Fumio Honma ItoIII, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
De acordo com os pesquisadores, de um total de 287 raposas encontradas mortas em estradas por atropelamentos, 12 apresentaram positividade para o vírus da raiva, diagnosticado através de exames conhecidos como FAT e MIT.
“O material removido das glândulas salivares parótidas foi retirado, macerado e colocado em solução contendo água destilada esterilizada com 2% de soro de coelhos, penicilina e estreptomicina”, explica o professor Alberio. “Depois foi inoculado em camundongos, que morreram contaminados pela doença, segundo exames realizados nos tecidos cerebrais destes animais”.
Os pesquisadores da UFCG afirmam que vários casos de transmissão da doença para humanos por raposas contaminadas já foram confirmados nos estados da Paraíba (13), Ceará (3) e Pernambuco, Bahia e Minas Gerais (2 casos cada). Conforme a pesquisa, entre agosto de 2000 e fevereiro de 2003, 24 pessoas foram atacadas por raposas-do-campo na região do semiárido paraibano e atendidas na cidade de Patos.
(Rosângela Araújo – Ascom/UFCG)
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