Atraídos por inúmeras vantagens, como venda direta do produto, sem a presença do atravessador, linhas de crédito, melhoramento genético dos rebanhos, fatores climáticos, animal com cio o ano inteiro (especialmente no Nordeste), além de toda uma cadeia produtiva, a exemplo da comercialização do leite in natura para um mercado que cresce a passos largos, da carne, queijo, couro, são características da caprinocultura leiteira que estão deixando os produtores do Município de Quixaba entusiasmados. Hoje a produção é de apenas 80 litros dia, mas em seis meses deve crescer 100%, segundo informou o secretário municipal de Agricultura, Luciano Bezerra.
O ponta-pé inicial para essa modalidade produtiva ganhar novos adeptos foi a implantação mês passado do projeto piloto no município da Fazenda Eficiente Caprinocultura Leiteira, com parcerias fortes, como Sebrae, Município, BNB, Emater, dentre outros facilitadores. A produção de leite de caprino tem enorme significado para a agricultura familiar do segundo município mais pobre do Brasil, segundo o IBGE. “O campo é a saída para vencermos esse estigma, até porque 60% da população de Quixaba vivem na zona rural e depende das atividades agropecuárias”, comentou Bezerra.
Ele explicou que o prefeito Julio Cezar, juntamente com toda sua equipe de governo vem buscando experiências bem sucedidas, em todas as áreas, de sobrevivência no semi-árido, para oferecer melhorias de vida para as famílias da zona rural. A tentativa de tornar sólida a caprinocultura leiteira vem sendo trabalhada diretamente com os produtores, que conhecem as experiências de outros produtores. Recentemente um grupo visitou a Fazenda Tamanduá e seu processo produtivo orgânico de leite de cabra.
Em maio próximo a Prefeitura estará recebendo dois reprodutores, um doado pela Ong SOS Sertão e outro adquirido da Fazenda Tamanduá, que vão fazer o trabalho de melhoramento genético dos rebanhos e consequentemente maior produção leiteira. Para facilitar a alimentação dos rebanhos nos períodos de estiagem existe a idéia da construção de silagem para armazenamento de feno.
Paralelo a este projeto de produção leiteira, o município ampliará seu banco de sementes, milho, feijão e gergelim, grãos que serão emprestados e após a colheita o quantitativo retorna para os estoques para que haja rotatividade e que todos possam dispor das sementes quando precisarem.
O campo em Quixaba tem sido também espaço para pesquisas, experimentos. Plantações de girassol é um exemplo. No município quatro hectares foram plantados. A meta é fornecer matéria prima para o programa de biodiesel. Após todo o processo de plantio, flora e colheita, amostras serão encaminhadas ao laboratório da Embrapa para averiguar o teor de óleo exigido pelas esmagadoras (indústrias), que é de 35% a 40% e se a unidade atingiu mais de mil quilos por hectare, volume ideal para plantio em larga escala.
Além do girassol, outras experiências com plantas oleaginosas, a exemplo do amendoim e gergelim estão sendo acontecendo no município. Quixaba poderá também fechar parceria com a Fazenda Tamanduá para o plantio do pinhão manso (Jatrofa), que possui uma potencialidade expressiva para a região. Jatrofa é uma planta resistente à seca que exige pouca ou nenhuma utilização de pesticidas ou fertilizantes. Suas sementes podem ser colhidas três vezes por ano, e os subprodutos podem ser utilizados para fabricar sabão e até medicamentos.
Prefeitos paraibanos, secretários, diversas entidades públicas e privadas devem participar na próxima sexta-feira, 27, no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa-PB de um evento que discutirá a política do biodiesel e as principais alternativas para desenvolver a produção de oleaginosas, na busca por uma energia mais limpa.
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