domingo, 4 de abril de 2010

COLUNA - Giovanni Meireles


Desconto de empréstimo gera queixas


Eu registrei pessoalmente, nos últimos dias antes do feriadão de Páscoa e Semana Santa, a existência de muitas queixas contra a Secretaria de Finanças do Governo do Estado por parte dos servidores públicos, quando vão ao Banco Real procurar saber a respeito dos seus empréstimos consignados.


Juros de até 22% ao ano


A informação corrente é de que muitos deles terão que renegociar suas dívidas, contraindo novos empréstimos para pagar os anteriores, com juros de 22% ao ano, devido ao desconto de algumas prestações mensais não haver sido repassado.


Finanças não repassa consignação


A responsabilidade do “quase-calote” é da Secretaria das Finanças, que retira o respectivo valor dos contracheques dos funcionários do Estado, mas não repassa o mesmo para o banco. Isso tem gerado muitas reclamações nas filas do pagamento e dentro das agências bancárias, junto aos gerentes.


Novo prazo de 48 meses


Os servidores que recontrataram os financiamentos até agora, estão assumindo novo prazo para pagamento de até 48 meses para quitar mensalidades maiores, apesar de serem operações realizadas dentro das margens de consignação permitidas pela legislação em vigor no Sistema Financeiro Nacional, sob os auspícios do Banco Central do Brasil.


Renegociando dívidas


Um exemplo prático: se fizermos a simulação de um empréstimo no valor de R$ 10 mil, o ABN Real Bank terá que liberar (por força das consignações anteriores que existem, já descontadas no contracheque do servidor interessado em amealhar mais alguns tostões no bolso), cerca de R$ 20 mil, cuja metade servirá para quitar o débito pré-existente.


R$ 10 mil custa três vezes mais


No final das contas, daqui a mais quatro anos, o funcionário terá pagado em torno de R$ 30 mil, para resgatar as notas promissórias geradas pelo pedido inicial de R$ 10 mil. Ou seja, trocando em miúdos: para cada R$ 1,00 emprestado aos barnabés estaduais, serão cobrados R$ 3,00 pelo banco de capital estrangeiro (empresa multinacional, cuja matriz fica na Holanda, com ramificações junto ao conglomerado espanhol Santander).


Cássio anda meio sumido


O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) está mesmo meio sumido, desde o Encontrão das Oposições, realizado no Tropical Hotel Tambaú, em João Pessoa, na manhã do dia 1º de março. Nem mesmo sua recente aparição na TV, durante as inserções do PSDB veiculadas no horário eleitoral gratuito da Sexta-Feira Santa, supriu essa lacuna política.


Sem Ricardo a tiracolo


Do começo de março para cá, ele não foi mais visto em momento algum na companhia do ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB), cuja última aparição pública lado-a-lado ocorreu na 16ª Vaquejada do Parque Ivandro Cunha Lima, em Campina Grande.


Cunha Lima está ausente


Em seguida, Ricardo organizou vários eventos grandiosos, todos sem a presença de Cássio:


1) Entrega simbólica no palanque armado no novo calçadão do Ponto de Cem Réis, da casa popular de número 5.000 construída pela prefeitura, contando –inclusive – com a participação do senador democrata Efraim Morais;


2) Show da roqueira baiana Pitty, no palco montado nas areias da praia de Tambaú, para comemorar a implantação do Projeto Jampa Digital-Internet grátis na orla marítima (o tucano estava na mesma hora no show de Shaollin, no teatro Alberto Maranhão, em Natal-RN);


3) Inauguração festiva do reformado Estádio da Graça, localizado no bairro de Cruz das Armas, totalmente recuperado e restaurado com recursos próprios oriundos dos cofres municipais (Cássio estava viajando, fora do Estado);


4) Posse do vice-prefeito Luciano Agra (PSB) na Estação Ciência, Cultura & Artes, localizada no Altiplano do Cabo Branco, durante a cerimônia de despedida do titular do cargo, Ricardo Coutinho, onde a família Cunha Lima esteve presente, através do seu pai, Ronaldo, do seu tio, Ivandro e do seu irmão, Savigny (o ex-governador alegou que estava fazendo exames médicos, justamente na mesma hora da solenidade).


Efraim e Arthur viajaram


Coincidência ou não, algumas figuras superimportantes nesse contexto, como o senador Efraim Morais (presidente do diretório dos Democratas na Paraíba) e o deputado estadual Arthur Cunha Lima (presidente da Assembléia Legislativa) fizeram viagens internacionais, praticamente na mesma época. Arthur visitou a Rússia, mas já voltou, enquanto Efraim esteve na Tailândia e ainda permanece no Vietnã.


Coutinho prioriza Capital


Resultado disso tudo: Ricardo fixou-se em inaugurações na Capital e deixou de peregrinar pelas várias cidades do interior do Estado, até porque nem Cássio e nem Efraim estariam prontos para acompanhá-lo.


Precisa mostrar cacife no interior


E tem mais o seguinte detalhe: pré-candidato a governador que se preze, tem – obrigatoriamente – que chegar em grande estilo junto ao eleitorado do Brejo, Sertão, Cariri, Curimataú e, sobretudo, Campina.


Tucano abandona bases


Igualmente meio desaparecido, o senador Cícero Lucena (presidente do diretório estadual do PSDB) também não tem viajado muito para visitar seus correligionários que têm base partidária em cidades interioranas, passando mais tempo em Brasília-DF e São Paulo, do que aqui mesmo na Paraíba.


Algo estranho no ar...


Em tempos de caçada aos votos, este tipo de procedimento é bastante estranho, em todos os sentidos. Parece até que nenhum dos nomes citados acima está mesmo em campanha eleitoral pra valer, pelo menos por enquanto.

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