terça-feira, 7 de abril de 2009

Paixão do Menino Deus’ faz amanhã a primeira apresentação

]Até mesmo nos grupos de crianças e adolescentes, distribuídos em guetos e comandados por chefes de tráfico, a esperança nunca está perdida. Nessa zona perigosa do subúrbio, Emanuel resolve mudar o mudo ao seu redor, abraçando uma causa difícil. Cristo assiste a tudo e relembra o tempo em que veio à Terra.

Nesse contexto que mistura o contemporâneo e o sacro se desenrola o espetáculo ’Paixão do Menino Deus’’, de Tarcísio Pereira, a nova versão da tradicional Paixão de Cristo. A estréia será nesta quarta-feira (8), às 20h, na Praça Dom Adauto, centro da Capital. A realização é da Fundação Cultural de João Pessoa (Fujope) e a primeira noite de encenação contará com a presença do prefeito Ricardo Coutinho (PSB).

Para Tarcísio, o espetáculo propõe ações urgentes por parte de todas as esferas sociais. “Além de refletir sobre um tema contemporâneo, o espetáculo se propõe a ser um projeto de conscientização social, a partir da mensagem cristã”, enfatiza o diretor.

O espetáculo será encenado uma vez na quarta (8) e na quinta-feira (9), às 20h. Da sexta-feira (10) até o domingo (12), haverá duas sessões por dia, sendo uma às 19h e a outra às 21h. Cada apresentação deverá ser vista por cerca de 2.500 pessoas. O evento conta com 60 atores e atrizes em cena, envolvendo diretamente outros 150 profissionais.

Sinopse – O menino Deus de Tarcísio Pereira é determinado e abraça uma causa social difícil, mesmo sabendo que poderá pagar um alto preço por isso. A partir da história vivida pelo garoto Emanuel, o público terá a oportunidade de fazer uma reflexão sobre os pilares da violência urbana, mostrando que o caminho da paz passa antes de tudo pela justiça social.

No espetáculo, elementos simbólicos inseridos na encenação contemporânea pontuam as referências do presente com o passado, ocorrido há mais de 2 mil anos. É desta forma que o enredo sacro é costurado ao universo dos jovens moradores de rua. Enquanto isso, o Cristo verdadeiro acompanha tudo, lembrando dos seus passos pela Terra.

É nesse tom contemporâneo, sem perder de vista a nuance sacra, que o espetáculo ‘Paixão do Menino Deus’, de Tarcísio Pereira, vai revelar a mensagem atemporal de Jesus Cristo.

Trilha Sonora – O processo de criação da trilha sonora original aconteceu paralelamente à marcação de cada cena do espetáculo. Toda essa parte foi composta pelo maestro Eli-Eri e tem um papel fundamental como elemento da dramaturgia. A música da ‘Paixão do Menino Deus’ ambienta a cena, pontua os dois universos e ainda ajuda a narração. Durante o espetáculo, não apenas os 12 integrantes do madrigal cantam. Em alguns momentos, até os atores soltam a voz. Há ainda uma orquestra de câmara, formada por 13 músicos convidados, que pontuará cada cena.

Na trilha são utilizadas duas linguagens. Uma delas está relacionada aos sons e ritmos do pop urbano contemporâneo. Isso inclui rock, rap, funk, raggae, hip-hop, além de música afro-brasileira e nordestina. A segunda “roupagem” musical diz respeito ao canto sacro, porém em uma contextualização moderna, desde o litúrgico até o gospel. O tratamento foi feito com estilizações, orquestrações e arranjos específicos. A função é conceder unidade e coerência ao conjunto da obra, preparando a alma do espectador.

Versões anteriores – Historicamente falando, especialmente no Nordeste, há uma relação íntima e profunda entre cultura popular, arte e religião. Juntas e integradas, elas representam a expressão de um povo. A partir desse princípio, a Funjope propôs unir ainda mais os três aspectos, que ajudam a formar a identidade local. A escolha recaiu sobre a encenação da Paixão de Cristo, realizada anualmente durante a Semana Santa.

O novo formato foi implantado em 2005. A partir daí, a cada ano, haveria sempre enredos diferentes. Com a inovação, foi oferecido o terreno propício para um espetáculo rico em personagens, expressões e linguagens. A implementação terminou por valorizar os artistas da cidade, desde atores, músicos, encenadores, bailarinos, figurinistas e demais especialistas que são referência nacional e até internacional. Isso sem falar no aproveitamento da mão-de-obra local, a exemplo de costureiras, iluminadores e demais profissionais envolvidos com a infra-estrutura do espetáculo.

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