Cássio até setembro nos EUA: boas razões não faltam

Como todos sabem, o ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), (foto atualizada) está passando uma temporada exílio voluntário nos Estados Unidos, sob o pretexto de aprimorar o domínio da língua inglesa.

O período sabático deveria ser de apenas três meses, mas o tucano falou que vai esticar a temporada até setembro. E existem motivos de sobra para tanto. Sim, porque em seis meses pode-se dar uma bela afiada no inglês, beirando a fluência, se for um aluno dedicado.

Estamos entrando no verão americano. É uma época muito bonita, sobretudo num lugar de clima temperado, onde as estações do ano são bem definidas, e a troca delas é um espetáculo á parte da natureza.

Com a chegada dos dias quentes e ensolarados, os americanos, principalmente os que aturam invernos polares, celebram a chegada do calor de forma intensa, com uma variedade de atividades culturais insanas.

Mesmo na pequena Cincinatti, encravada no meio-leste americano, onde Cássio está, existe uma enchente de atrações. Shows como Bob Dylan, Willie Nelson, Nickelback e Metallica estão agendados para o próximo trimestre. O aclamado musical da Broadway Mamma Mia, baseado nas canções do Abba, terá uma temporada por lá.

Outros grandes centros, como Chicago e Detroit estão a poucas horas de carro. Em Chicago, a capital americana da arquitetura, o ex-governador poderá ver como a cidade que inspirou Gotham City, a cidade do Batman, com arranha-céus de vidro, aço e concreto de todas as cores e formatos, convive em perfeita harmonia com parques fantásticos, na beira do gigante Lago Michigan, que de tão grande, tem-se a sensação de mar.

Mas em Detroit poderá ver de perto onde a crise americana se apresenta de forma mais incisiva, onde fábricas de automóveis foram desativadas, com milhares de desempregados perambulando pelas periferias da cidade, aguardando que o pacote de Obama traga melhores dias.

Nessa época do ano, as universidades promovem concorridos cursos de verão, e o ex-governador pode querer aproveitar essa chance única de capacitação num grande centro. Morando a algumas quadras da P&N, holding gigante que entre outras marcas possui a Gillette, Cássio sem dúvida está numa ambiente rico não apenas economicamente, mas também academicamente de alto nível.

Portanto, não faltam razões (e provavelmente nem recursos) para que a temporada de estudos possa se alongar.

Ah, também existe a possibilidade do tucano querer passar ao largo do inverno paraibano, onde o recrudescimento dos moídos políticos magnetizam a sua presença. O fato de ser o mais importante ator da oposição local parece ser apenas mero detalhe, afinal, as eleições são apenas no ano vindouro.

Talvez ele queira aprender como é a estória do “Yes, we can” (sim, nós podemos), lema que foi símbolo da campanha presidencial americana do democrata Obama. Será que ele quer aplicar o lema na Paraíba? Sim, nós podemos nos aliar com Ricardo Coutinho, sem contrariar Cícero Lucena e o democrata tupiniquim, Efraim. Sim, nós podemos ganhar as próximas eleições do governador José Maranhão, mesmo ele estando com a máquina estadual na mão.

É, de fato, Cássio tem muito o que aprender em terras americanas, sobretudo porque Obama era considerado azarão na disputa presidencial de lá, precisando costurar alianças difíceis, mesmo dentro do seu partido, onde teve que dobrar a poderosa senadora e ex-primeira dama Hillary Clinton, além de outros medalhões democratas. Dobrar medalhões democratas? Irônica coincidência.

Para o bem (e paz?) de poucos, e a infelicidade geral da nação tucana, diga ao povo que fico. Fico na América, assistindo tudo de camarote, diria Cunha Lima.